«Do ponto de vista físico tudo é energia... Esta energia vibra a velocidades diferentes o, que lhes confere qualidades diferentes, da mais subtil à mais densa. O pensamento é energia sob uma forma relativamente subtil e leve e, portanto, capaz de mudar rápida e facilmente»*
Ao ler estas palavras, pensei no modo como os orientais caracterizam a mente humana: semelhante a um macaco atiçado pelo fogo. O pensamento não pára a sua actividade, por vezes parece trabalhar de modo involuntário. A mente oferece-nos ininterruptamente imagens e palavras, relembra-nos o passado, constrói a memória e imagina ou projecta futuros diferentes. Há momentos que nos sentimos invadidos por uma amálgama de significados continuamente por decifrar. Mas apesar da sua dispersidade e contínuo trabalhar, o pensamento não deixa de ser apenas isso: energia.
E a energia tem variações: umas mais densas, outras mais subtis. A densidade relaciona-se proporcionalmente com o tempo da sua transmutação. Quanto mais subtil é uma energia, maior é a sua capacidade de transformação, enquanto que uma energia mais densa, transforma-se e desloca-se mais lentamente. Veja-se o seguinte exemplo: «O ser vivo é relativamente subtil, modifica-se depressa e numerosos factores podem afectá-lo, enquanto um rochedo, por ser uma forma mais densa, transforma-se mais lentamente e é mais difícil de afectar.»*
Mas, mesmo um rochedo, aparentemente indestrutível, não poderá desafiar eternamente as leis da física e acabará por tornar visível a sua metamorfose. Mesmo o rochedo, sólido e denso, sofrerá a interferência de outras energias (mais subtis) que continuamente interagem com ele sob as formas de oceano, vento, areia, chuva, etc... (e assim se dá o fenómeno da erosão...).
Porque a energia é energia, interage com outras. Assim, parece que existe energia pura presente em todas formas, comunicando umas com outras, transformando-as. [«Nada se perde, tudo se transforma» - Lavoisier]
Voltando ao início, pergunta-se então, como pode o pensamento interagir com outras formas? Se o pensamento é energia, mesmo subtil, como pode interferir na realidade? Como se dá a coincidência entre aquilo que se pensa e aquilo que acontece? A esta interacção, commumente se chama de visualização ou mentalização cirativa. Apesar de ser um assunto estudado há muito tempo, parece que agora está em voga. O interessante da questão é que tenta explicar esta influência do pensamento na realidade, através de uma caracterísitica da energia: o magnetismo.
«Uma das leis da energia é a seguinte: A energia de uma determinada qualidade ou vibração tende a atrair energia da mesma qualidade e da mesma vibração.»* Pensamentos e sentimentos atraem acontecimentos com a mesma vibração de energia.
Sem me alongar muito mais, apesar de considerar estas questões interessantes, vou dar um exemplo: o efeito de placebo. O que dizer de alguém que acredita ficar curado com um medicamento que não tem qualquer poder curativo? Mas funciona unica e exclusivamente porque a pessoa depositou fé ou esperança, porque a pessoa simplesmente acredita...
Carla Sofia
* - Shakti Gawain, Visualização Criativa
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